Para ti meu Pipoquita...

Quando comecei a escrever todos os meus pensamentos não os pensei publicar num blog mas como as tuas aventuras se multiplicam quase exponencialmente acho que é a melhor maneira que tenho de te mostrar mais tarde como eras... mostrar-te os bons e maus momentos, as gracinhas, as adaptações, as alegrias, as tristezas, as frustações...
Este blog serve como um diário de viagem... a tua viagem começou já há algum tempo e vai com certeza seguir um rumo muito especial como tu.

Vou-te contar a tua primeira grande aventura...

Quando soube que vinhas foi tão estranho, foi um misto de emoções, uma excitação, misturada com felicidade pura, ansiedade, receio…
E se fosse tudo apenas um sonho, e se alguma coisa não corresse bem, e se… tantos se’s…
Os primeiros 3 meses arrastaram-se pesadamente, com enjoos, dúvidas, pensamentos bons e maus em constante luta. Vi-te pela primeira vez tinhas apenas 7 semanas, eras um feijãozinho lindo com um coração que batia rápido e forte, tão rápido que parecia sair-te do peito ainda inexistente. O teu pai e eu quase chorámos só de te ouvir, foi um momento mágico para os dois, assim como tantos outros a partir daí…
Aos 3 meses já te parecias com um bebé de verdade, eras um bebé de verdade, eu ainda não acreditava mas estavas a caminho a largos passos. Fizeste beicinho, um beicinho lindo que nos derreteu aos dois… Enquanto o Dr. Amadeu te via, eu que estava deliciada a olhar para ti, só queria que a eco terminasse depressa para ter a certeza de que tudo estava realmente bem.
Depois o tempo foi passando, a barriga crescendo a olhos vistos, e se cresceu!!! Os teus primeiros movimentos foram esperados com muita ansiedade, serias tu ou seria só a minha barriga a pregar partidas? …
Finalmente chegou uma altura em que não tive mais dúvidas, era o meu pipoquitas a mexer-se, parecia que arranhavas a barriga por dentro, cócegas leves como se fosses um peixinho num aquário.
Quando o teu pai te sentiu pela primeira vez parecia um miúdo no Natal, e tinha realmente recebido a melhor prenda de todas!
Fazia-te constantemente festinhas e tentava falar contigo o mais possível, eras o meu companheiro inseparável! E notava-se bem que tudo o que fizesse tinha influência em ti, quando comia alguma coisa doce ficavas numa excitação que só visto… seu guloso! Quando finalmente descansava à noite começava a rave para ti, devias pôr a musica lá dentro em altos berros e abanavas o capacete até te fartares…
Adorei todos os momentos que passámos agarradinhos, ligados por um cordão que deixou marca na tua barriguinha. Tenho muitas vezes saudades de quando éramos só um, unha e carne, mas tenho a sensação que nunca deixaremos verdadeiramente de o ser… pelo menos assim o espero.
O teu pai derretia-se a falar contigo, tocava para ti, punha musica só para ti… um verdadeiro pai babado, ainda o é…!

Para o final estava tão perto mas parecia ainda tão distante…
Vou-te contar só um pouco do que foi a aventura do teu nascimento porque em relação ao resto há muito para dizer mas guardo todos os pormenores para depois…
Foi no domingo, dia 29 de Agosto, que como combinado fui à Maternidade ter com a obstetra para ver se marcávamos uma cesariana visto tu estares na última consulta muito para cima e não mostrares vontade de descer. Mas surpresa das surpresas, quando todos já estávamos preparados para que nascesses naquele dia de cesariana (estavam lá todos os avós preparados para a ocasião…) a médica disse que já tinhas descido um pouco e que por isso íamos esperar até ao fim da semana para tentarmos o parto normal. Tudo bem, saí de lá um pouco desiludida por não ser naquele dia que te ia conhecer e acho que posso dizer que todos sentimos o mesmo… Fomos almoçar calmamente ao Picoas Plaza, comer um belo bifinho com batatas fritas e esparregado (que seria a tua última refeição via mamã…) e depois fomos nas calmas para casa preparados para mais uma semana de espera. Mas tu tinhas uma surpresa guardada para todos… deitei-me um pouco no sofá e quando tinha começado a dormitar senti algo diferente, uma sensação que algo estava a acontecer embora não o notasse fisicamente… chamei o teu pai que muito calmamente sem se aperceber do que era disse “estou aqui…”. Fui a correr para a casa de banho já com o teu pai a ajudar-me e o que começou por ser umas pinguinhas de liquido passou rapidamente a um quase dilúvio… tinha tido ruptura de bolsa. Já tínhamos tudo preparado por isso foi só pegar em todas as malas mais a caixa da crioestaminal, um toalhão para não sujar o assento da carrinha (eheheh), a câmara de vídeo que não chegou a ter uso na altura ‘H’ e aí fomos nós que nem uns loucos a apitar tudo o que nos aparecesse à frente e com os 4 piscas ligados! Cheguei à recepção da maternidade completamente encharcada e pronta( pensava eu) a ter-te dali a umas horinhas…
Pois essas horas não foram assim tão poucas como eu pensava, passei 21 horas já sem líquido, cheguei “facilmente” aos 6 dedos de dilatação mas a partir daí não havia meio de avançar. Cheguei com muito esforço aos 8 para 9 dedos mas daí não passei! Ainda por cima vinhas de face e eras enorme por isso depois de muitas discussões, que o teu pai te pode explicar melhor, lá se decidiram por uma cesariana e assim nasceste a 30 de Agosto de 2004 ao 12:37 na Maternidade Dr. Alfredo da Costa todo inchado e vermelhão… Não nasceste na tua melhor figura mas no dia seguinte já estavas muito diferente e a partir daí tens ficado cada vez mais lindo! Toda a gente a quem mostrei as tuas fotografias de recém nascido te achou lindo, com umas feições muito perfeitinhas, um verdadeiro bebé dodot!
Eu ia sempre achar-te lindo mas és realmente um bebé fantástico, tudo o que sempre sonhei e ainda mais…
És o meu sonho tornado realidade e todos os dias agradeço a Deus por te ter junto a mim.
Amo-te muito Guilherme, és realmente um bebé muito desejado por todos e vamos estar sempre ao teu lado, a apoiar-te nesta grande aventura que é viver…